A “LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”, abreviadamente “LALE”, é uma associação de direito privado, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, sendo a sua duração por tempo indeterminado, que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis.

OFICIALIZAÇÃO: Diário da República, Nº162, SUPLEMENTO, III SÉRIE, 18 484-(12), Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005.

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

TERRORISMO

(*) Uma notícia publicada na internet por sapo-pt.

Um auto do juiz Baltasar Garzón, de Julho de 2008, menciona a presença em Portugal do recém-capturado líder militar da ETA, Jurdan Martitegi Lizaso, referindo que o objectivo era instalar uma base da organização no país.

Nesse documento de "diligências prévias", obtido hoje pela Lusa, Garzon sustenta que Martitegi e Arkaitz Goicoechea (então seu companheiro no comando Vizcaya, um dos mais activos da ETA) estiveram em Portugal em 2007, a mando de Garikoitz Aspiazu (Txeroki), na altura responsável militar pela ETA.

"Receberam ordens para realizar um estudo de possíveis infra-estruturas em Portugal, com o objectivo de estabelecer ali uma base permanente de actuação", lê-se no auto de Garzon."

Para isso deslocaram-se à zona de Lisboa, onde alugaram casas, roubaram informações e veículos, incluindo o Seat Ibiza usado para fugir do atentado contra a Casa Quartel de Durango, tendo ainda preparado placas de matrícula falsas", refere ainda o documento do juiz espanhol.

No auto, Garzón decreta a prisão preventiva e incondicional de vários líderes da ETA, detidos em 2008, entre os quais Goicoechea. Fontes policiais espanholas confirmaram hoje à Lusa que Jurdan Martitegi Lizaso terá passado vários meses em Portugal, na Primavera e Verão de 2007, quando colaborava com o comando Vizcaya, um dos principais da organização terrorista basca. As mesmas fontes policiais disseram que "há indícios bastante fortes" de que Martitegi "esteve em Portugal (...) alguns meses", na Primavera e Verão de 2007, estando ainda "a ser investigadas" as circunstâncias dessa estada.

"Tem-se falado pontualmente da possível tentativa da ETA instalar uma infra-estrutura logística em Portugal.
Mas até ao momento, além de alguns movimentos logísticos, como o roubo de carros, não há qualquer outro indício de que isso tenha acontecido", sublinhou uma fonte da luta anti-terrorista em Madrid.

As mesmas fontes dizem não saber o que Martitegi esteve a fazer em Portugal, escusando-se a confirmar a zona do país onde poderá ter estado.

No entanto, fontes policiais portuguesas ouvidas pela Lusa em Madrid reiteraram que até hoje, "não foi encontrado qualquer indício que aponte ou sugira a criação mínima de qualquer infra-estrutura".

"Sabe-se que essa possibilidade chegou a ser planeada, há documentos da ETA onde isso se sugere, mas o projecto não avançou. Membros da ETA estiveram em Portugal e houve carros portugueses usados em acções, mas nada mais do que isso", afirmaram as fontes.

A visita a Portugal do líder militar da ETA, capturado no fim-de-semana em França, ocorreu numa altura em que Martitegi liderava o comando Vizcaya com Arkaitz Goikoetxea.

O comando Vizcaya acabou por ser o que mais atentados cometeu em Espanha, entre Fevereiro de 2007 e Junho de 2008, altura em que foi desarticulado.
Tags:
Globo, Europa

(*) Notícia publicada por Lusa 2009-04-21, Hoje, 1207674

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ESPAÑA


(*) José Pegado
Escrever sobre Espanha e os Espanhóis ou sobre qualquer outro país ou povo torna-se impossível sem o recurso a comparativos. Falar de Espanha e das impressões que dela colhemos obriga-nos a um constante cuidado para não cairmos na fácil tentação de assumirmos como verdades nossas as ideias históricas e outras que nos foram insufladas já nos primeiros bancos de escola.

A vizinhança geográfica, mesmo quando o universo é apenas o de um ninho apoderado por cucos ou o de dois pisos contíguos, é uma fonte geradora de conflitos que, segundo os temperamentos, ou a relação de forças das partes envolvidas, podem dar lugar a agressões físicas, a calúnias e na melhor das hipóteses a um mortífero virar de costas quando tanto teríamos a ganhar e a alegrar-nos pelo simples e saudável exercício da boa vizinhança.

O que nos aproxima é o facto de sermos povos de uma mesma região ibérica que em tempos pré-históricos foi povoada por espécies humanas das idades paleolíticas, uma região que mais tarde e em diferentes medidas veio a conhecer fenícios, gregos, romanos, suevos, visigodos e árabes até que um dia estes últimos foram dela expulsos por forças da cristandade.

O que nos separou foram lutas pelo poder e alianças de conveniência e o que nos aproxima são as origens e evidentemente a vizinhança.

Cultivar a boa vizinhança é demonstrativo de sólida cultura social e torna-se hoje condição necessária para construir e sobreviver em oposição a desmembrar e destruir.
Boa vizinhança pressupõe vias de comunicação abertas e elas existem e está demonstrado que com boa vontade nos entendemos muito bem ouvindo e falando simples e calmamente.

Quem durante uma centena de anos foi capaz de mostrar novos mundos ao mundo poderia, na época conturbada em que vivemos, talvez dar um exemplo sólido de amizade e de boa vizinhança que acaba por ser tolerada e mais tarde até aplaudida pelas nossas não muito diferentes vivências:
– De um modo geral a cozinha turística espanhola não nos agrada mas a culpa é evidentemente nossa, do nosso desconhecimento, da nossa bolsa, da nossa pressa;
– O horário de trabalho, as horas e a duração das refeições;
– A notável prática da siesta que mantém as gentes de Espanha numa imperturbável posição de unicidade, em relação aos demais povos europeus, é uma constante irritação dos homens de negócios do Norte da Europa que nunca se apercebem das diferenças de clima e de fusos horários;

– Falta ainda dizer qualquer coisa sobre as gentes de Espanha que variam tanto como em qualquer país. De um modo geral o aspecto físico é desenvolto e saudável e as mulheres são elegantes e não baixam os olhos como é costume em Portugal.
A comunicação falada é muito importante para o bom entendimento entre humanos.

O ano de 2008 terminou com o descalabro global das instituições financeiras o que a curto prazo vai provocar mais desemprego, mais desespero, mais egoísmo e paralelamente o favorecimento de climas propícios a aproveitamentos políticos.
O ano de 2009 iniciou-se com o despertar de fortes agressões entre povos vizinhos, onde a boa vizinhança não impera, entre Israel e a população palestiniana de Gaza num enorme grupo de refugiados famintos, e doentes.

A comunidade internacional não aprende que não basta dar peixe a quem tem fome, é preciso que o faminto aprenda a pescar.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa, e na Universidade de KYH em Estocolmo.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

SERES DECENTES (II)


(*) Fernando Dacosta
Quando cumpria o seu segundo mandato Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência públicas que viesse a receber».

Sem hesitar, o visado promulgo-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.

O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.

Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.

Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados – e não aceitou o dinheiro.

Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste à traficância à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, descreveu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem nos imergem por todos os lados.

As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.

Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe.

«Não não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, agradeço-a e aceito-a. Mas pedi-la, não. Nunca!».

O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.

“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável “preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.

Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões de honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis.
Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta – acrescentando os outros.

“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido liderando”.

O acto do antigo Presidente ( «cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.

Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos – condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

(*) Escritor e Jornalista

NOTA 1: Esta crónica já foi publicada na Internet (
http://senadonews.blogspot.com/, e-mail senadonews@gmail.com em 26 de Outubro de 2008) em nome do seu notável autor. Porém, dado a relevância nacional da citada personalidade, o SENADO NEWS optou por a transcrever, na íntegra, por se enquadrar na cimeira do tema que o substancia: os «cidadãos com inquestionável integridade de carácter»;.

NOTA 2: De igual modo também é novamente publicada, agora neste “blog” LALE, (
http://ligaamizadelusoespanhola.blogspot.com/, e-mail lale.amizade@gmail.com), “que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis”:
«A “LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”, abreviadamente “LALE”, é uma associação de direito privado, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, sendo a sua duração por tempo indeterminado, que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis»;.

NOTA 3:
que foi oficializada no Diário da República, Nº162, SUPLEMENTO, III SÉRIE, 18 484-(12), Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005;

NOTA 4: O General António Ramalho Eanes é um dos Fundadores da LALE.



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A AMIZADE LUSO-ESPANHOLA


(*) Mendonça Júnior
O Correio da Manhã, em 28/11/08 pagina 43, publicou uma notícia de Luís Oliveira com o título: “União Ibérica de Eduardo Lourenço” onde o nosso Presidente da República salientou o papel do pensador ao fazer uma “ponte cultural com Espanha”.

Cavaco Silva disse mais que o ensaísta Eduardo Lourenço “uniu o Povo Ibérico” quando propôs a criação do Centro de Estudos Ibéricos, uma “ponte cultural” com a vizinha Espanha “muito importante para o conhecimento”.

O evento teve lugar na Guarda onde o nosso Presidente inaugurou a Biblioteca Municipal evocando, a título póstumo, – o poeta espanhol Ángel Campos Pámpano já falecido.

Nesta cerimónia evocativa do Dia da Cidade da Guarda Cavaco Silva referiu que Eduardo Lourenço, que se fez acompanhar pela sua esposa, Annie Salomom, “é o exemplo acabado do homem cujos horizontes não se confinam ao torrão natal e se projecta para lá das fronteiras, mas nem por isso fica menos preso às raízes”.

Elogiou também a cidade da Guarda por ter sabido “apostar no conhecimento” e “cultivar amizades no outro lado da fronteira”.

Joaquim Valente, presidente da autarquia, quer que a Guarda seja a “capital cultural do Interior”.

(*) Coronel de Cavalaria
A cultura na sua expressão universal é o motor “que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis” através da LALE-LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA.

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

AMIZADE


(*) João Meira

Primeiro quero dizer-vos o que é o ROTARY INTERNACIONAL.
É uma organização com 103 anos, baseada precisamente na AMIZADE e espalhada por 168 Países através de Clubes com início em 1905, em Chicago – EUA – e em Portugal a partir de 1926.

Assim:

Rotary é uma organização de lideres de negócios e de profissionais, unidos no Mundo inteiro, que prestam serviços humanitários, fomentam um elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a Paz e a Boa Vontade no Mundo.

O signatário é Companheiro Rotário há 46 anos desde Luanda em 1962 e depois em Lisboa.

Tenho Amigos praticamente em todo o Mundo, mesmo que os não conheça mas com a certeza de que podemos contar uns com os outros.

No ano passado tive a alegria de ter ido a Madrid ao casamento de um afilhado de baptismo – por sinal italiano – que ali reside e labora.
Conversando com espanhóis (alguns são companheiros rotários) concluímos que é indispensável juntarmos esforços em defesa dos legítimos interesses da Península Ibérica, olhando para o Futuro sem receio do Passado.

O nosso Mundo continua a girar; os tempos e os interesses mudam; somos Países que acreditamos na verdadeira Democracia; temos direito de defendermos os nossos ideais e as nossas famílias; somos dois Países Irmãos que não podemos viver de costas voltadas antes, sim, de braço dado para que os nossos Jovens possam garantir o Futuro com Fé e Alegria.

Afinal isto que aqui Vos conto surge de todos os lados.
Significa que não pode parar e que é indispensável que não pare pois seria uma agonia fatal.

Portugal e Espanha unidos por amizade Fraterna e quanto mais depressa melhor.

O resto … o resto virá por acréscimo.

(*) Corretor de seguros.

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domingo, 11 de maio de 2008

ESPANHA-O EXEMPLO




(*) Belmiro Vieira


A ESPANHA é o país da União Europeia onde se trabalha mais.

Em termos concretos labora-se ali, em média, 39,6 horas por semana, enquanto nos demais países comunitários não se vai além das 36-37 horas.

Quem faz esta revelação é a EUROSTAT, que chega mesmo a admitir que essa média possa em breve ser superada, como uma das formas para minimizar os efeitos da crise económica que, gerada pelo disparatado aumento do petróleo e pela escassez de bens alimentares, se avizinha ameaçando tudo e todos.

Em Espanha, sabem os que a conhecem minimamente, respeita-se muito a regra que lembra que um bom gestor é aquele que, perante dificuldades surgidas, procura aumentar as suas receitas não despedindo a mão de obra laboral ou reduzindo o tempo de trabalho.

Um bom gestor é aquele que procura aumentar os ganhos por via do empenho da força do trabalho disponível.

É esse apelo ao trabalho, que envolve não apenas os efectivos laborais mas também a gestão e o próprio capital que explica o facto de a Espanha ter sido nos últimos tempos – e ainda é – o país da Europa dos 27 com maiores índices de crescimento.

Mas não é só no apego ao trabalho que os nossos vizinhos dão exemplo.
Com efeito, eles se empenham voluntariamente em tudo o que fazem, para que os resultados sejam os melhores possíveis.
Pode-se mesmo afirmar que tem o gosto de estar sempre na primeira fila, como documentam actos do passado como do presente.

Para melhor explicar essa sua propensão para o protagonismo, permitimo-nos recordar a seguir alguns factos, tanto do presente como do passado, que o documentam.
Ei-los:

POLÍTICA:
O segundo governo de José Maria Zapatero, constituido recentemente, dispõe de 18 ministros dos quais 9 são homens e 9 são mulheres.
O que, como diz o Zé, é uma bofetada, sem mão, nos países que proclamam igualdade plena de direitos mas só no papel, já que em termos práticos as mulheres são sempre discriminadas.
Ainda no capítulo da política importa igualmente destacar que uma das primeiras medidas tomadas pelo novo governo foi a baixa nos impostos, isto no preciso momento em que os demais governos europeus dizem não a menos impostos.

LITERATURA:
CERVANTES ( autor do célebre “Don Quixote”, que tem servido de tema para muitos filmes e obras teatrais) assim como Miguel de Unamuno e Garcia Lorca são figuras de destaque na Literatura Europeia e Mundial.

ARTES PLÁSTICAS (PINTURA):
Velasquez, Pablo Picasso (o re-inventor da pintura), Goya e Salvador Dali são nomes sonantes à escala mundial, tendo deixado obras que ilustram vários museus e suscitam disputas acesas e curiosas quando postas em hasta pública.

CANÇÃO E BELO CANTO:
Voz inolvidável, Júlio Iglésias foi e ainda é um autêntico rei da canção popular, enquanto no chamado belo canto, Plácido Domingo e José Carrera formam, com o italiano Pavarotti, o trio que ora domina o sector.

ARQUITECTURA:
Quase todas as grandes cidades espanholas contem obras notáveis e dignas de serem apreciadas, mas e seguramente no domínio da chamada arquitectura religiosa que estão na primeira fila.
Com efeito, monumentos de extraordinária beleza e imponência como são as catedrais de Leôn, Burgos, São Tiago de Compostela, Toledo e bem assim a sagrada família, que o génio de Antonio Gaudi, implantou em Barcelona, só encontram rivais na Itália.
Isto a nível da Europa.

TURISMO:
Mais de 40 milhões de turistas todos os anos são uma referência que faz da Espanha a capital europeia ou mesmo mundial do turismo.

DESPORTO:
Real Madrid e Barcelona estão entre os maiores clubes de futebol do Mundo; o espanhol Alonzo, recém-chegado às corridas automobilísticas da chamada fórmula I, é já bi-campeão; Daniel Pedrosa e Jorge Lourenço vêm disputando com o italiano Valentino Rossi a liderança do mundial de motociclismo na sua categoria rainha; Carlos Sains é um ralista que corre sempre na frente; no hóquei em patins a selecção espanhola é campeão permanente.

TAUROMAQUIA:
Aqui o domínio dos compatriotas de Rodriguez Sanchez Manolete é total.

ACTIVIDADE RELIGIOSA:
País onde o catolicismo predomina, a Espanha não podia deixar de apresentar figuras e factos dignos de ser evocados como exemplos.
Lembra-nos duas dessas figuras:
– Tereza de Ávila, uma mulher, que fundou mais de uma quinzena de mosteiros e, sendo também escritora, escreveu 10 livros e 14.700 cartas das quais a maioria se extraviou restando apenas 1.200;
– José Maria Escrivã de Balaguer, o fundador da “Opus Dei”, uma congregação religiosa, que merece respeito e admiração, sobretudo pelas obras que vem realizando, tanto no domínio da Religião como do Ensino.

A ESPANHA TAMBÉM SE DISTINGUE:
– Pela relação exemplar que tem mantido com as suas antigas colónias. Coisa que infelizmente não se verifica com outros países europeus que possuíram colónias.
– Por um facto visível a olhos nús por qualquer um: a monarquia espanhola é um exemplo de que é possível uma convivência harmoniosa entre esse regime e a chamada democracia.
– Pela convivência quotidiana que a Família Real (o rei D. Juan Carlos, a rainha Sofia, o príncipe Filipe e irmãos) vem mantendo com os cidadãos e que faz deles todos uns autênticos campeões de popularidade, como facilmente se pode documentar.
– Pelo sentimento, de relevante amizade elevada ao mais alto grau, do Rei de Espanha em relação a Portugal:
«Espanha é a minha pátria, Portugal o meu país, disse o Rei Juan Carlos, – publicitando em 08/05/08, – que apesar de ter nascido em Roma e vivido na Suiça, foi Portugal que lhe ficou na alma».

Esta é a Espanha dos bons ventos…

(*) Jornalista

quarta-feira, 12 de março de 2008


PREFÁCIO
(*) António Ramalho Eanes

Sabe-se que só as sociedades capazes de sistemática reflexão sobre o seu passado e sobre os seus valores e interesses conseguem estabelecer estratégias de adequada resposta às oportunidades e desafios do presente e do futuro.

Se é assim – e é assim sempre – imperativa e urgente se torna a necessidade de reflexão quando mudanças geoestratégicas afectam a situação de uma sociedade. Mudanças desta natureza, mudanças radicais, afectaram e afectam a vida dos dois povos que partilham o espaço ibérico e que, por ele, são inevitavelmente condicionados.

Na verdade, durante séculos, e como bem disse Cláudio Albornoz (Embaixador da II República espanhola em Portugal, “entre Espanha e Portugal elevava-se uma fronteira mais alta que os Pirinéus, cimentada por séculos de hostilidades, receios, incompreensões, ambições e medos”.

Passado secular, este, que terá gerado e alimentado, nos dois povos ibéricos, culturas em que a incompreensão, a animosidade, o antagonismo se tornaram traços de distinta dominância.

Com este pesado passivo, com este défice de conhecimento mútuo e com a correlativa carência de uma intercomunicação autêntica e mutuamente contributiva, entraram Portugal e Espanha num novo tempo. Contemporaneidade, esta, de mutante configuração nos teatros internacionais, da política e da economia, sobretudo, nos quais os dois países ibéricos se situam ou com os que não podem deixar de interagir. Configuração nova, irrecusável e irreversível, em que não cabem mais – sem desastrosas consequências – ambições político-territoriais, hostilidades, medos, e nem mesmo, velhas e consolidadas incompreensões nas relações entre os dois vizinhos ibéricos.

Na verdade, nos novos cenários políticos e económicos – europeu e mundial – idênticos são os horizontes estratégicos de Portugal e Espanha, quer se considere o espaço europeu, quer se atenda ao Atlântico, quer se olhe ao ibero-americano. Identidade de horizontes estratégicos que impõe, consequentemente, a contribuição conjunta para o mercado regional ibérico, e o desenho e a operacionalização de uma estratégia que, em especial, e devidamente, atenda e promova:

– A realização e valorização das interconexões entre os diferentes sistemas de comunicações;

– A coordenação de políticas e acções que potenciem o papel e melhor permitam a defesa dos interesses específicos de Portugal e Espanha;

– O aproveitamento, economicamente racional e socialmente virtuoso, de infra-estruturas e seus quadros, em especial no subsistema de saúde, nas áreas fronteiriças;

– A eficácia na utilização de meios contra o crime e o terrorismo;

– A conservação correcta – mesmo em termos ambientais – e a repartição equitativa dos recursos hídricos transibéricos;

– A colaboração, mutuamente vantajosa, das indústrias turística e cultural (esta, na ibero-américa, em especial).

Identidade de horizontes estratégicos, cuja operacionalização eficaz exige que, sem delongas, se proceda à liquidação do défice cultural, da responsabilidade de ambos os povos, que nos séculos passados se gerou – com justa razão, é necessário reconhecê-lo – se acumulou e nos foi transmitido. Liquidação de imperativa urgência para o presente e devir dos dois povos ibéricos, e que constitui irrecusável obrigação civil e política, dos governantes, das elites, enfim, das Sociedades Civis, portuguesa e espanhola.

Neste processo liquidatário trabalham, já, os dois Estados. Para ele contribuído terão diversos intelectuais (entre eles, citarei dois, já falecidos: Miguel Torga e Miguel Unamuno); nele se têm empenhado as Sociedades Civis, nomeadamente através de Fundações (Caluste Gulbenkian e Rei Afonso Henriques).

Vem, agora, o Coronel José Maria de Mendonça Júnior, com a criação da Liga de Amizade Luso-Espanhola, juntar achas a esta virtuosa fogueira, assim contribuindo não só para que as cinzas se reduzam defundos, mas não sepultados, preconceitos, mas também “desassossegar” o presente e oferecer mais luz ao futuro, a um futuro de benéfico, de mutuamente proveitoso relacionamento. Associação que, em boa verdade, tardava e à qual se oferece um largo horizonte de acção, de acção contributiva para a paz, prosperidade e prestígio de ambos os países ibéricos.

Creio que, como a todos os promotores de boas causas, de futuro e com futuro, se devem ao Sr. Coronel de Cavalaria José Maria de Mendonça Júnior felicitações e votos de que a obra transcenda o autor no tempo e, se possível, mesmo nas suas ambições fundadoras.

(*) Presidente da República de Portugal (1976-1986).

 
“LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”,