A “LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”, abreviadamente “LALE”, é uma associação de direito privado, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, sendo a sua duração por tempo indeterminado, que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis.

OFICIALIZAÇÃO: Diário da República, Nº162, SUPLEMENTO, III SÉRIE, 18 484-(12), Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005.

SITE: http://ligaamizadelusoespanhola.blogspot.com/

EMAIL: lale.amizade@gmail.com

PESQUISÁVEL: pelo google.pt ou pelo sapo.pt

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

SERES DECENTES (II)


(*) Fernando Dacosta
Quando cumpria o seu segundo mandato Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência públicas que viesse a receber».

Sem hesitar, o visado promulgo-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.

O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.

Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.

Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados – e não aceitou o dinheiro.

Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste à traficância à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, descreveu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem nos imergem por todos os lados.

As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.

Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe.

«Não não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, agradeço-a e aceito-a. Mas pedi-la, não. Nunca!».

O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.

“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável “preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.

Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões de honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis.
Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta – acrescentando os outros.

“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido liderando”.

O acto do antigo Presidente ( «cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.

Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos – condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

(*) Escritor e Jornalista

NOTA 1: Esta crónica já foi publicada na Internet (
http://senadonews.blogspot.com/, e-mail senadonews@gmail.com em 26 de Outubro de 2008) em nome do seu notável autor. Porém, dado a relevância nacional da citada personalidade, o SENADO NEWS optou por a transcrever, na íntegra, por se enquadrar na cimeira do tema que o substancia: os «cidadãos com inquestionável integridade de carácter»;.

NOTA 2: De igual modo também é novamente publicada, agora neste “blog” LALE, (
http://ligaamizadelusoespanhola.blogspot.com/, e-mail lale.amizade@gmail.com), “que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis”:
«A “LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”, abreviadamente “LALE”, é uma associação de direito privado, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, sendo a sua duração por tempo indeterminado, que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis»;.

NOTA 3:
que foi oficializada no Diário da República, Nº162, SUPLEMENTO, III SÉRIE, 18 484-(12), Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005;

NOTA 4: O General António Ramalho Eanes é um dos Fundadores da LALE.



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A AMIZADE LUSO-ESPANHOLA


(*) Mendonça Júnior
O Correio da Manhã, em 28/11/08 pagina 43, publicou uma notícia de Luís Oliveira com o título: “União Ibérica de Eduardo Lourenço” onde o nosso Presidente da República salientou o papel do pensador ao fazer uma “ponte cultural com Espanha”.

Cavaco Silva disse mais que o ensaísta Eduardo Lourenço “uniu o Povo Ibérico” quando propôs a criação do Centro de Estudos Ibéricos, uma “ponte cultural” com a vizinha Espanha “muito importante para o conhecimento”.

O evento teve lugar na Guarda onde o nosso Presidente inaugurou a Biblioteca Municipal evocando, a título póstumo, – o poeta espanhol Ángel Campos Pámpano já falecido.

Nesta cerimónia evocativa do Dia da Cidade da Guarda Cavaco Silva referiu que Eduardo Lourenço, que se fez acompanhar pela sua esposa, Annie Salomom, “é o exemplo acabado do homem cujos horizontes não se confinam ao torrão natal e se projecta para lá das fronteiras, mas nem por isso fica menos preso às raízes”.

Elogiou também a cidade da Guarda por ter sabido “apostar no conhecimento” e “cultivar amizades no outro lado da fronteira”.

Joaquim Valente, presidente da autarquia, quer que a Guarda seja a “capital cultural do Interior”.

(*) Coronel de Cavalaria
A cultura na sua expressão universal é o motor “que tem por fim estreitar a amizade entre portugueses e espanhois desenvolvendo o relacionamento dos respectivos povos e instituições civis” através da LALE-LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA.

EDITORIAL
Temas e Debates
Mendonça Júnior, e-mail:
mendoncajunior24@gmail.com
– Senado News, site:
http://senadonews.blogspot.com/ e-mail: senadonews@gmail.com
– União Ibérica, site:
http://uniaoiberica.blogspot.com/ e-mail: uniaoiberica.federacao@gmail.com
– Liga da Amizade Luso Espanhola-LALE, site:
http://ligaamizadelusoespanhola.blogspot.com/ e-mail: lale.amizade@gmail.com


 
“LIGA DE AMIZADE LUSO-ESPANHOLA”,